sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Preconceito




Preconceito é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, "racial" e "sexual".
De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada "estereótipo". Exemplos: "todos os alemães são prepotentes", "todos os norte-americanos são arrogantes", "todos os ingleses são frios". Observar características comuns a grupos são consideradas preconceituosas quando entrarem para o campo da agressividade ou da discriminação, caso contrário reparar em características sociais, culturais ou mesmo de ordem física por si só não representam preconceito, elas podem estar denotando apenas costumes, modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de determinadas regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.
Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro. Entretanto, trata-se de um erro que faz parte do domínio da crença, não do conhecimento, ou seja ele tem uma base irracional e por isso escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Preconceito

domingo, 12 de setembro de 2010

Em nome de quê? Por Frei Betto



Muitos pais, professores e psicólogos se queixam de que parcela considerável da juventude carece de referências morais. Inúmeros jovens mergulham de cabeça na onda neoliberal de relativização de valores. Tornam público o privado (vide YouTube), são indiferentes à política e à religião, praticam sexo como esporte e, em matéria de valores, preferem os do mercado financeiro.

Sou da geração que fez 20 anos de idade na década de 1960. Geração literalmente inovadora (a Bossa era Nova, o Cinema era Novo etc.), que injetava utopia na veia e se pautava por ideologias altruístas. Queríamos apenas mudar o mundo. Derrubar as ditaduras, a fome e miséria, as desigualdades sociais, o imperialismo e o moralismo.

Em nome do mundo sem opressão, que muitos de nós identificávamos com o socialismo, lutamos pela emancipação da mulher, contra o apartheid e em defesa dos povos indígenas. Sobretudo trouxemos ao centro da roda a questão ecológica.

Já a geração de nossos pais acreditava na indissolubilidade do casamento, na virgindade pré-conjugal como valor, na religião como inspiradora da conduta moral, na prevalência da produção sobre a especulação. Em nome de Deus, as consciências estavam marcadas pelo estigma do pecado.

Todas as gerações têm aspectos positivos e negativos. Se a minha se nutriu de ideologias libertárias, que nela incutiram espírito de sacrifício e solidariedade, a de meus pais acreditou na perene estabilidade das quatro instituições pilares da modernidade: a religião, a família, a escola e o Estado.

Esta geração da primeira metade do século XX não logrou superar o patriarcalismo, o preconceito a quem não lhe era racial e socialmente semelhante, a fé positivista nos benefícios universais da ciência e da tecnologia.

A geração posterior, a da segunda metade do século passado, promoveu a ruptura entre sentimento e sexualidade; idealizou os modelos soviético e chinês de socialismo, com seus gulags e suas "revoluções culturais"; e hoje troca a militância revolucionária pelo direito de ser burguesa sem culpa.

Ora, a crescente autonomia do indivíduo, apregoada pelo neoliberalismo, faz com que muitos jovens se perguntem: em nome de quê devemos aceitar normas morais além das que decido que me convêm? E as adotam convencidos de que elas possuem prazo de validade tão curto quanto o hambúrguer da esquina.

Se a repressão marcou a geração de meus pais e a revolução (política, sexual, religiosa etc.) a de minha juventude, hoje o estímulo à perversão ameaça os jovens. Respira-se uma cultura de desculpabilização, já que, na travessia do rio, se deu as costas à noção de pecado e ainda não se aportou na interiorização da ética. Parafraseando Dostoiévski, é como se Deus não existisse e, portanto, tudo fosse permitido.

Quem é hoje o enunciador coletivo capaz de ditar, com autoridade, o comportamento moral? A Igreja? A católica certamente não, pois pesquisas comprovam que a maioria de seus fiéis, malgrado proibições oficiais, usa preservativo, não valoriza a virgindade pré-matrimonial e frequenta os sacramentos após contrair nova relação conjugal. As evangélicas ainda insistem no moralismo individual, sem olho crítico para o caráter antiético das estruturas sociais e a natureza desumana do capitalismo.

Onde a voz autorizada? O Estado certamente não é, já que pauta suas decisões de acordo com o jogo do poder e o faturamento eleitoral. Hoje ele condena o desmatamento da Amazônia, os transgênicos, o trabalho escravo, e amanhã aprova seja lá o que for para não perder apoio político.

O enunciador coletivo, o Grande Sujeito, existe: é o Mercado. Ele corrompe crianças, no modo de induzi-las ao consumismo precoce; corrompe jovens, no modo de seduzi-los a priorizar como valores a fama, a fortuna e a estética individual; corrompe famílias através da hipnose televisiva que expõe nos lares o entretenimento pornográfico. E para proteger seus interesses, o Mercado reage violentamente quando se pretende impor-lhe limites. Furioso, grita que é censura, é terrorismo, é estatização, é sabotagem!

As futuras gerações haverão de conhecer a barbárie ou a civilização? A neurose da competitividade ou a ética da solidariedade? A globocolonização ou a globalização do respeito e da promoção dos direitos humanos - a dimensão social do amor?

Pais, professores, psicólogos, e todos que se interessam pela juventude, estão desafiados a dar resposta positiva a tais questões.


Frei Betto é escritor, autor de "A mosca azul - reflexão sobre o poder" (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org
Twitter:@freibetto

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

16º Grito dos Excluídos! Poços de Caldas se mobilizou




O 16º Grito dos Excluídos, sob o lema “Onde estão nossos direitos? Vamos às ruas para construir um projeto popular” tomou as ruas do país onde movimentos sociais, pastorais sociais levantaram bandeiras pontuais em relação aos problemas sociais vividos pela ampla maioria da população brasileira.
Iniciado e incentivado pela CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, o Grito se tornou uma marca sempre presente nos eventos comemorativos na Semana da Pátria. Somado ao Plebiscito Popular pelo limite da propriedade da terra, o movimento esteve presente em todas as capitais do país e no interior, como é o caso de Poços de Caldas.
Articulado pelo Núcleo Laudelina Campos de Mello, o Plebiscito Popular coletou mais de duas mil assinaturas na PEC – Proposta de Emenda Constitucional que visa estabelecer no Artigo 186 da Constituição Federal, exatamente o que trata sobre a função social da terra, um limite máximo de 35 módulos fiscais (entre 175 a 3700 há, de acordo com a região e fatores econômicos e sociais) para a propriedade fundiária.
A proposta dos movimentos sociais é possibilitar com a aprovação da PEC o acesso de milhões de famílias Sem Terra ao bem necessário à vida no campo e aumentar a produção de alimentos saudáveis e a geração de empregos, tanto no campo, como na cidade. Segundo dados do IBGE (2006), apenas 1% dos proprietários têm 44% da área das terras agricultáveis tituladas, enquanto quase a metade dos pequenos produtores (proprietários com até 10 há) ocupa uma área pouco maior do que 2% do total. A proposta visa diminuir essa diferença grotesca que contribui para que o Brasil seja um dos países com maior desigualdade social do mundo e também dos países onde os conflitos do campo matam anualmente dezenas de pessoas.
O Grito dos Excluídos é momento onde a população exercita seu direito à livre manifestação do pensamento, se posiciona diante dos problemas sociais e desafios vivenciados pelos brasileiros geralmente excluídos dos processos decisórios, de geração de renda e outros. O foco das manifestações é voltado para questões nacionais, como o pagamento da dívida externa, a reforma agrária, o desemprego, os problemas de habitação. Cada cidade que organiza o movimento também levanta bandeiras de questões locais, regionais e estaduais.
Em Poços de Caldas, o Grito centrou suas bandeiras na crítica à construção do Paço Municipal em área que, segundo órgãos e entidades competentes, deveria ser área de preservação ambiental. O Sistema Integrado Grande Amigo – SIGA foi o alvo maior das críticas, havendo inclusive uma representação teatral durante a manifestação. A taxa de lixo e seu aumento, que em alguns casos chegou a 60%, (numa única vez!) foi muito criticada pelos manifestantes e a crítica do movimento foi aplaudida pelos cidadãos.
A manifestação aconteceu após o desfile cívico e contou com a participação de dezenas de militantes sociais, religiosos, estudantes e artistas. Apesar de tentativas de um grupo articulado de pessoas de desestabilizar, atrasar e até intimidar o movimento, graças à persistência e ao apoio e clamor da população para a liberação da manifestação, o movimento chegou ao palanque das autoridades para expressar seu “grito”, mas estas já haviam rapidamente “desaparecido”.
O movimento foi alegre, colorido, com bandeiras e aclamado pelo público. Enquanto os cães ladravam, a caravana passava. Isso é democracia, “povo nas ruas”! Parabéns aos militantes, organizadores e população que aderiu à manifestação. Parabéns ao ex-Prefeito que lá estava e que, apesar do apelido de “coronel”, sorriu, aplaudiu e soube respeitar o movimento cívico, diferente de algumas de suas crias, que usando o microfone, falando à imprensa demonstrava seu “transtorno” em relação ao manifesto!
O Grito acontece e não foi o primeiro, nem o último, seja qual governante for, os excluídos estarão nas ruas cumprindo seu papel na democracia, levantando bandeiras, apontando caminhos e crescendo e promovendo a mais pura e verdadeira cidadania.

domingo, 5 de setembro de 2010

GRITO DOS EXCLUÍDOS EM POÇOS DE CALDAS



Participe do Grito dos Excluídos no dia 07 de setembro!

A concentração se dará a partir das 10:30h, em frente ao Fórum (Rua Pernambuco) e às 11:30h na esquina da Rua Minas Gerais com Rua Paraíba.
Sairemos após a última banda a se apresentar no Desfile em comemoração à nossa “independência” e iremos protestar por:

- Um modelo de transporte público de qualidade que atenda às necessidades da população e não de uma determinada empresa (MANIFESTAÇÃO CONTRA O SIGA – Sistema Integrado Grande Amigo);

- Uma taxa de lixo compatível com a renda e realidade econômica da maiora da população de Poços de Caldas, pois o aumento desse ano efetuado pela Prefeitura chega a quase 60% para muitos cidadãos, refletindo no aumento do custo de vida, do aluguel e outros;

- Uma explicação sobre o que houve com nossa água “esverdeada” da Represa Saturnino de Brito contra a falta de água que assola bairros da cidade;

- Uma relação de respeito e garantia da reposição salarial dos funcionários públicos municipais, que até hoje estão sem aumento de salário e sem explicação condigna com a função social do servidor público;

- Respeito ao meio ambiente, com atenção para o que dizem órgãos respeitados na área sobre a construção do Paço Municipal em área dita de recarga de mananciais d’água e de preservação ambiental;

- Respeito à vontade da população no que for decidido pelo Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra;

- Atenção às reivindicações da juventude quanto à valorização dos artistas locais, da cultura e esporte e incentivo à educação;

PARTICIPE DESSA MANIFESTAÇÃO CÍVICA, POPULAR E DEMOCRÁTICA!

AJUDE A DIVULGAR, VAMOS DEMONSTRAR ÀS AUTORIDADES QUE O POVO UNIDO FAZ HISTÓRIA!

10 MOTIVOS PARA SE LIMITAR O TAMANHO DA PROPRIEDADE DA TERRA NO BRASIL



1- Porque a concentração de terra é a grande responsável pela miséria e fome em nosso país.

2 - Porque no Brasil se uma pessoa quiser comprar todas as terras privadas de Norte a Sul, de Leste ao Oeste, pode! Pois não existe uma lei que limite o tamanho da propriedade de terra no nosso país.

3 - Porque o latifúndio e o agronegócio, no ultimo século, expulsaram mais de 50 milhões de pessoas do campo, provocando o surgimento de milhares de favelas em todo o País, onde vivem mais de 80 milhões de brasileiros e brasileiras em condições desumanas. Se não houver uma Reforma Agrária decente este número vai aumentar ainda mais.

4 - Porque muitas famílias sem terra poderiam ter acesso à terra e com isso aumentaria a produção de alimentos, pois a agricultura familiar e camponesa é a responsável pela produção dos alimentos da mesa dos brasileiros.

5 - Porque são as pequenas propriedades que produzem alimentos orgânicos, livre dos agrotóxicos e é um direito das populações do campo e da cidade ter uma alimentação saudável

6 - Porque a agricultura familiar e camponesa cria muito mais empregos. Emprega 15 pessoas a cada 100 hectares, enquanto que o agronegócio emprega apenas duas.

7 - Porque o latifúndio e o agronegócio são os grandes responsáveis pela violência no campo e pela exploração do trabalho escravo.

8 - Porque banqueiros, grandes empresários e corporações internacionais são donos de grande parte dos latifúndios. Muitos nunca plantaram um pé de cebola.

9 - Porque 1% dos estabelecimentos rurais, com área de mais 1 mil hectares e ocupa 44% de todas as terras, enquanto praticamente 50% dos estabelecimentos com menos de 10 hectares, ocupam somente, 2,36% da área.

10 - Porque no século passado pelo menos 20 países estabeleceram um limite para propriedade rural, entre eles países desenvolvidos como Itália, Japão, Coréia do Sul. Agora é a nossa vez!

Se você concorda que é preciso acabar com a concentração de terras e riqueza em nosso país. Se você está cansado de tanta desigualdade e acredita que com uma Reforma Agrária justa podemos desenvolver o Brasil não só economicamente, mas também no âmbito social, gerando renda, empregos e distribuição de renda, você pode ajudar a mudar o Brasil!

De 1 a 7 de setembro participe do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra. Diga sim! Coloque limites em quem não tem!

Exerça sua cidadania e mostre que, juntos, podemos conquistar o que é de direito de todos os brasileiros e brasileiras.








De 01 a 07 de setembro
Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra





Em Poços de Caldas, participe votando nos dias 03 a 7 de setembro, na porta do Bqanco Unibanco, Rua Assis Figueiredo ou no DIA 7 DE SETEMBRO, DURANTE O DESFILE!