sexta-feira, 25 de abril de 2014

Mídia e Fascismo "despercebido"

Isso é "liberdade de imprensa"?

Uma brincadeira de facebook me inspirou a escrever sobre um tema tão complexo a partir de um vídeo considerado “uma boa arma” para a classe média papagaia “anti-PT”.

Meu amigo Igor Borges postou esse vídeo no meu perfil de facebook, o que me fez sentir desafiado.



Pois bem, Igor Borges, confesso que vi sua postagem diretamente colocada no meu mural com a pergunta: “Onde estão os defensores desse governo" pelo celular. Meu aparelho não visualiza vídeos. Vi também que outro amigo a quem considero e respeito muito, o Guilherme Dore perguntava: “E agora, José?”. Me senti "desafiado"... rsrs...

Não que eu seja um defensor apaixonado do governo, muito pelo contrário, quem me conhece sabe que não milito por governo, mas pela minha classe.

Como não pude ver pelo celular fiquei curioso e quando cheguei em casa fui ver o vídeo “desafiador”, que seria aquilo que poderia me deixar sem argumentos?

Quando abri o vídeo, logo identifiquei um jornalista dos mais fascistas e extremamente vinculado aos valores da extrema direita. Trata-va se um jornalista que faz a “classe média conservadora e alienada gozar”, mas não me lembrei o nome do figura.
Já começam na bancada jornalística, formadora de opinião o “jornalismo imparcial” com uma aberração histórica, mentirosa e ABSURDA: “o Paraguay não goza de mais liberdade do que o Brasil”, esbravejava o "comentarista". Para justificar essa grosseira “opinião” repete, o incapaz, o “jargão” talvez mais saboroso para o banquete de hipocrisia da classe média: “o brasileiro não faz nada”, com ar de desdém e superioridade típica dos detentores do pensamento colonizado.
Esse jornalista não tem embasamento histórico algum para começar suas inverdades ideologicamente comprometidas. Sua linha política é clara, situa-se entre os “intelectuais” que compõem “análises” com os olhos e mãos alinhados à política acéfala “anti-PT” que ocupa os meios de comunicação privados.

Nossos meios de comunicação, majoritariamente empenhados em deteriorar a imagem desse governo progressista, de centro-esquerda, associados e ligados umbilicalmente a interesses esconômicos e estrangeiros muito maiores cumprem seu papel: alienar.

Está em curso um processo político, um embate histórico dos mais significativos da história recente não só do nosso país, mas mundial. Está em jogo mais do que o “debate anti-governo ancorado num discurso “moralista”, contra a “corrupção”. O Brasil é a bola da vez nesse tabuleiro mundial e as grandes corporações não medirão esforços para retomarem seu projeto neoliberal (privatizações, desconstrução do Estado e entrega da riqueza nacional ao capital internacional, precarização do trabalho...).

Não sejamos manipulados: e os escândalos dos adversários desse governo, porque não são tão apurados e escancarados e repetidos milhares de vezes? Entendido isso, considerando que a corrupção não é mãe do sistema, mas filha do sistema, devemos lutar contra a corrupção em todas as esferas, no campo político da direita, da esquerda e dos que se acham indiferentes ou acima das ideologias.
 
Não é uma disputa entre os éticos contra os corruptos que estão no poder, mas uma disputa de projetos políticos, uns mais populares, comprometidos com as causas sociais e mais independente externamente e um projeto de “realinhamento” com o “norte” e medidas de “austeridade” em nome do projeto neoliberal.

Mas vamos ao que interessa: o que diz aquele que "desmascara" e que alguns classificam como "o crítico", o que "diz o que precisa ser dito", o que se faz "pedra no sapato" de um governo a ponto de ser perseguido?

Os "argumentos" do "jornalista"
Primeiramente, esse energúmeno desconhece que o Presidente paraguaio está no poder por causa de um GOLPE DE ESTADO, dos mais fresquinhos arquitetados pela cartilha estadunidense e todo seu apoio logístico. O Presidente do Paraguay, Fernando Lugo, eleito com apoio popular foi deposto por um GOLPE DE ESTADO em junho de 2012. A reforma agrária que começava a avançar no país de maior concentração de terras do mundo (latifúndios ocupam quase metade do país), com amplo apoio popular foi interrompida por uma ação dos setores conservadores, apoiados pelos meios de comunicação nacional e internacional que insistem em silenciar sobre o golpe de estado acontecido “ontem”.
A primeira colocação do jornalista pode ser analisada de duas formas: pela ignorância ou pelo olhar crítico. É possível que passemos a repetir as informações vazias, superficiais e ideologicamente comprometidas com o discurso rancoroso da direita. Esse segmento que detém os meios de propagação (ou repetição) da “opinião pública” é o segmento que não aceita estar há 11 anos fora do poder, justamente no memento de maior seqüência de anos de DEMOCRACIA.
O governo Lula e Dilma implantaram muitos e dinamizaram muitos CONSELHOS, estimulado a política de Conselhos Municipais, Estaduais e Nacionais. Participei de algumas delas, como a Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em 2007. Nessa conferência avançamos muito nas políticas de proteção e promoção dos direitos. É possível que seja desconhecimento, mas não desse jornalista. O jornalista demonstra claramente através de seu “embasamento”, ou “justificativa” que não conhece nada de nada sobre democracia ao comparar a democracia recente paraguaia e brasileira.

Ameaças e milícias virtuais? Se são milícias eu com certeza sou um “miliciano”, ou não? Perseguições? Meu Deus! Há um plano de perseguições orquestrado e o condutor dessa malevolência é, sem sombra de dúvidas, o governo federal, mais especificamente, o PT. Se há, podemos então comparar esse governo a ditaduras totalitárias, que possuem essa característica, de perseguição política aos opositores e censura.
Polícia Federal sendo utilizada politicamente, ah, ta, em que caso ULTRA EXPLORADO PELA MESMA MÍDIA QUE ATACA DIARIAMENTE ESSE GOVERNO: Mensalão? Quem sustentou todo o processo e investigação do mensalão por um acaso foi a PM de MG, sob mando de Aécio Neves?
Marco Civil da inernet. Eu li o projeto, inteirinho e desafio alguém a me provar que o foco central do projeto não é cobrar dos provedores obrigações, sigilos e que representa uma RESPOSTA SOBERANA E DIGNA do nosso PAIS (pais esse que a classe média ama desprezar) a um dos maiores escândalos e ações do imperialismo ianque, a ESPIONAGEM denunciada por Edward Snoden.

O Marco Civil foi amplamente comemorado por movimentos sociais respeitados e atuantes. Pode haver discordância em alguns pontos, como também tenho, mas não se mede uma ação política pela sua superfície, é necessário aprofundar.
Quanto aos “argumentos” que o jornalista vomita: “acham que pra ser ditadura precisa ter tanque na rua, mas não, é só olhar os projetos que o PT tem aprovado: direitos humanos e essas coisas”. Alguém em sã consciência e com mínimo conhecimento histórico irá dar crédito a um argumento que desqualifica um governo ao classificá-lo como ditadura por estar este se empenhando na legislação de direitos humanos?

Já sei, ia me esquecendo, a classe média assinante da Veja que desconhece nomes como Milton Santos, Florestan Fernandes, geralmente inerte na história tem outro prazer que a leva ao gozo: amaldiçoar essa história de Direitos Humanos. Do mais profundo de sua leitura “imparcial e argumentativa” despejam repetindo como papagaios que “verdade” de que os direitos humanos defendem bandidos, sem entenderem essa política e filosofia de um projeto de civilização diferente, que jamais se encerraria num aspecto da humanidade.

Critica o governo porque o governo está trabalhando na legislação de direitos humanos. Só lhe faltou tempo para entrar noutros assuntos em que a classe média e elite quase se copulam ao especularem sobre a sexualidade das pessoas, a origem, posição social, etnia, o machismo, dentre tantos outros “desmandos da política ditatorial do PT nos últimos anos”. Vai dizer como o Jair Bolsonaro, ex-Capitão da Rota: “A rota mata primeiro pra depois ver quem é”?. Estão no mesmo balaio de valores de intolerância. Quem critica os direitos humanos não sabe o que significou e significa a sua construção.

O jornalista é contra o PLANO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS? Jura que alguém vai até o meu mural colocar um jornalista criticando o PNDH????????????????

Muito, mas muito baixo! Sinceramente, como professor avalio a opinião do estudante, mas procuro contribuir para que ele aprenda a construir e sustentar sua opinião. Dessa forma, se me permitem falar como profissional (esperando ser respeitado como qualquer outro), esse jornalista não iria obter aprovação numa avaliação de dissertação. Ele não argumenta, empobrece sua defesa com seu “anti-petismo” explícito e não conhece os fatos históricos. Pra piorar o cara usa como principal “argumento” a política de direitos humanos.


OBS: Gosto de expor o pensamento e respeito opiniões divergentes e linguagens ponteagudas dentro do estilo respeitoso.
OBS de cientista político "chato" que sou: desafio a expor outra leitura. Se ainda assim continua acreditando nos "argumentos" do jornalista, cuidado, pode ser doença... rsrs