por Diney Lenon de Paulo
Atenção manifestantes, ou "vândalos", como diz a grande mídia.
A manifestação nacional convocada
pelo MPL para o dia 17 toma outras proporções diante do crescimento da
violência dos militares contra o povo em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília,
Porto Alegre e outras cidades.
A questão maior agora não são os
"centavos" dos aumentos. Vinte centavos não é o grande problema do
povo brasileiro. Mas diante das condições de vida da população, das ações do
governo a favor de empresários, banqueiros, contra a vontade do povo (ex: Copa
do Mundo, ao invés de saúde, educação e trabalho) explodiram nas capitais
brasileiras manifestos cívicos protagonizados por uma juventude nova, a
juventude conectada na internet que sabe buscar informações alternativas às
grandes mídias.
A violência desproporcional dos
militares de São Paulo contra civis desarmados, as prisões arbitrárias e a
manutenção de manifestantes presos, ou "presos políticos" é uma clara
demonstração da situação do país: Vivemos o crescimento da democracia e, mais
uma vez a história se repete, o pavor da elite governante contra "povo na
rua" gera reações violentas. Vejamos o exemplo dos anos 1960, quando o
povo ocupava as ruas e havia um governo mais progressista, logo veio o Golpe de
1964.
Determinações judiciais proibindo
manifestações durante jogos da "Copa das Confederações" são também
exemplos de que nosso "Poder Judiciário" é "anti-povo”, ou seja,
classista, do lado da elite empresarial, dos banqueiros e dos latifundiários.
Vejamos que a "Justiça" no Brasil está expulsando índios de suas
terras (MS) para manter o domínio de fazendeiros grileiros, bandidos,
assassinos. A "Justiça" no Brasil determina fiança de R$ 20.000 para
manifestante e ainda quer credibilidade? A "Justiça" no Brasil multa
sindicatos que fazem greve enquanto Carlinhos Cachoeira e Paulo Maluf
(Ex-Governador de São Paulo procurado pela Interpol) vivem tranquilamente.
O que estamos vivendo, com a mais
absoluta certeza de um militante, mas de um Cientista Social, é o crescimento
da consciência popular no Brasil. Parece que nos cansamos de ver franceses na
rua, italianos, gregos, espanhóis lutando por seus direitos e
dizer:"brasileiro não faz nada". Os brasileiros são "filhos que
não fogem à luta", basta ver nossa história de forma mais apurada
(Palmares, Confederação dos Tamoios, Revolta dos Malés, Movimento
Abolicionista, greves e ocupações de terras, como exemplo apenas) . Com o
"fim" da Ditadura Militar há mais de 20 anos, essa nova geração está
tendo a oportunidade de aprender (re-aprender) a fazer política da boa, na rua,
enfrentando a injustiça que o "Estado" brasileiro não desfaz porque não
é um "Estado do povo", é um Estado da burguesia. A Juventude está
dando exemplo e com certeza esse grande movimento estará nos livros de história
futuros (E eu é que não quero ficar de fora disso! Rsrs)
Poder judiciário, governos do
PSDB, DEM e a grande mídia representam o que há de mais retrógrado no país e são
comandados por grupos econômicos (empresários, multinacionais, banqueiros, fazendeitos)
e indivíduos que não amam seu povo brasileiro, não sofrem coma dor do seu povo,
pelo contrário, são uma elite nojenta que ama “fazer compra em Miami, levar os
filhinhos para Disney”. Vejamos em São Paulo: estudantes clamando: "Sem
violência" e qual a ação dos militares comandados por Alckimin (PSDB)?
Porrada! E a mídia? Chama o povo de “vândalos” (apesar de ter havido uma
pequena mudança depois que seus repórteres foram atacados, tamanha a violência
dos militares contra tudo e contra todos que estavam nas ruas).
Em ditaduras, manifestações são
proibidas e há "toques de recolher", quando o governo proíbe que
grupos de pessoas fiquem na rua. É isso que está acontecendo. Com medo de
perderem o controle sobre o "pacato povo brasileiro", a reação
violenta deve ser "exemplar" para coibir que outros se aventurem a
lutar por seus direitos. O que querem é que fiquemos atentos à Copa, às
novelas, ou seja, querem que permaneçamos alienados diante da exploração
cotidiana.
Nesse sentido, a luta no Brasil
hoje, graças à burrice do governo paulista e da truculência dos militares
ultrapassa a questão do aumento das passagens, mas é uma luta pela democracia
verdadeira, pelo direito do povo ocupar as ruas e se manifestar, mas acima de
tudo, ser ouvido!
Quando ouço aquela historinha de
"deitado eternamente em berço esplêndido", me sinto incomodado, pois
como diz Renato Russo, nosso passado (de acordo com a história oficial da
elite) é um "passado de absurdos gloriosos". Na verdade, um filho
dessa Pátria não foge à luta e é por isso que o povo deve ocupar as ruas e praticar
a desobediência civil, ao melhor estilo de Ghandi, Luther King, Mandela,
personagens que entraram para a história por desafiarem leis injustas e
sonharem e viverem o sonho de outro mundo.
A juventude não é o futuro do
Brasil, ela é o presente!
Avante, povo brasileiro! Nenhum
passo atrás!
Venceremos!
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