segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Escola sem partido, censura ao pensamento crítico

Projeto pretende censurar o pensamento crítico nas escolas

Os defensores desse pseudo-movimento “escola sem partido” carecem de embasamento em seus argumentos. O conjunto de ideias que sustenta esse grupo se pauta por “achismos”, descrença na capacidade intelectual e crítica dos jovens, além de desconsiderar a vasta gama teórica e filosófica da educação.

Num primeiro momento deve-se ter a clareza de que não existe educação neutra, essa é uma premissa para qualquer reflexão sobre o processo educativo, o funcionamento das escolas e o papel político da educação pública.

Considerar que na relação ensino-aprendizagem há uma relação de “domínio e passividade” é se distanciar do que há de mais aclamado e defendido nos meios acadêmicos dedicados às ciências da educação. Educar é construir conhecimento! Educar é estabelecer relação, é troca, é experiência. Na relação “ensino-aprendizagem”, educador e educando são sujeitos do processo.

Esse grupo que se auto-intitula "movimento escola sem partido", com o devido respeito, carece de embasamento teórico sobre educação. Concebem a educação como um processo de dominação, inferiorização, transferência de conhecimento. Não consideram o protagonismo dos sujeitos no processo de socialização.

Reivindicam seus defensores uma "escola sem partido", como se fosse a escola um centro de doutrinação partidária, onde os jovens seriam "alienados" por discursos políticos. Defendem uma educação "neutra", sem posicionamento embasado por metodologia científica do educador. Quando se manifestam, não raro, os defensores dessa “bizarrice” se direcionam mais especificamente a valores e pensamentos da dita “esquerda”.

Para os que conhecem a educação como processo social e a analisam sobre as diversas linhas das ciências da educação, chega a ser "grotesco" a pretensão dos integrantes desse "movimento". Não sustentam seus argumentos além do senso comum e da ignorância sobre os processos pedagógicos. Poucos apresentam sustentação teórica para suas posições.

É preciso defender “educar é um ato político”. Parte de uma intencionalidade forjada numa experiência. Experimentamos a vida, as relações sociais e nossa consciência. O educador, para Paulo Freire, é um "facilitador", um "orientador" para a descoberta e leitura do mundo. Por orientar para a leitura do mundo sua ação já é intencional, no caso, libertadora. A educação como prática da liberdade (título de um livro de Paulo Freire) é uma educação em que o educador se afirma politicamente, não somente na sua convicção acadêmica, mas, sobretudo, em sua prática educativa e política.

Não cobrem neutralidade no ato de educar e não queiram restringir a liberdade de cátedra. Proibir qualquer leitura da realidade, da escola, da educação por seu fundamento teórico é inibir a própria natureza filosófica e crítica que alavancaram o vasto acúmulo de conhecimento científico das Ciências Sociais e Humanas.

Sendo todo discurso ideológico, a defesa da “escola sem partido” acaba sendo a imposição de um único valor e discurso ideológico nas escolas. Todavia, o discurso ideológico está impregnado nas escolas. Os sujeitos da educação escrevem suas histórias a partir de seus valores construídos nas diversas relações sociais. Não é a escola o centro determinante da formação ideológica dos sujeitos. Andando pelas ruas, os sujeitos, lendo um simples outdoor já estão se formando ideologicamente. A “escola sem partido” é uma forma subliminar de implantar e censura ao pensamento crítico nas escolas.

O pensamento político conservador nas escolas não tem sido alvo de críticas por parte do movimento “escola sem partido”. Muito pelo contrário, são os valores tradicionais, conservadores que flertam com o movimento. Não raro, encontramos defensores dessa proposta bizarra (aos olhos do pensamento científico) defendendo preconceitos. Na verdade querem impedir a reflexão nas escolas pautada pelo pensamento sociológico e pedagógico que estão alinhados ao pensamento político da “esquerda”. Trata-se pois, sem dúvida alguma, de censura.

Escola é lugar de pensamento científico, de debates, leituras, conhecimento, críticas. Não há escola alguma com professores totalmente alinhados a uma corrente de pensamento científico das diversas áreas de conhecimento. Há sim, nas escolas, uma multiplicidade de convicções, exposições e práticas políticas. Nesse processo, os jovens são parte, como sujeitos, das suas experiências vivenciadas também no ambiente escolar.

Diney Lenon é professor, Especialista em Gênero e Diversidade pela UFLA e atualmente exerce a função de diretor de escola na rede estadual de MG.





domingo, 8 de maio de 2016

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quinta-feira, 24 de março de 2016

Heróis Negros na História do Brasil

Zumbi dos Palmares


Machado de Assis


Aleijadinho


Laudelina Campos Melo


Solano Trindade


Carolina de Jesus


Luiz Gama


André Rebouças


Teodoro Sampaio


Chiquinha Gonzaga


Negro Cosme


Veridiano Farias


Paulo Portela


Maria Auxiliadora da Silva


Juliano Moreira


Mestre Valentim


Elizeth Cardoso


Edison Carneiro


Paula Brito


Raimundo de Souza Dantas


Beatriz Nascimento


Mãe Aninha


Luiza Mahin


Leonidas da Silva





Os sonhos dos adolescentes



Ao longo de 30 anos de clínica, encontrei várias gerações de adolescentes (a maioria, mas não todos, de classe média) e, se tivesse que comparar os jovens de hoje com os de dez ou 20 anos atrás, resumiria assim: eles sonham pequeno.
É curioso, pois, pelo exemplo de pais, parentes e vizinhos, os jovens de hoje sabem que sua origem não fecha seu destino: sua vida não tem que acontecer necessariamente no lugar onde nasceram, sua profissão não tem que ser a continuação da de seus pais. Pelo acesso a uma proliferação extraordinária de ficções e informações, eles conhecem uma pluralidade inédita de vidas possíveis.
Apesar disso, em regra, os adolescentes e os pré-adolescentes de hoje têm devaneios sobre seu futuro muito parecidos com a vida da gente: eles sonham com um dia-a-dia que, para nós, adultos, não é sonho algum, mas o resultado (mais ou menos resignado) de compromissos e frustrações.
Um exemplo. Todos os jovens sabem que Greenpeace é uma ONG que pratica ações duras e aventurosas em defesa do meio ambiente. Alguns acham muito legal assistir, no noticiário, à intrépida abordagem de um baleeiro por um barco inflável de ativistas. Mas, entre eles, não encontro ninguém (nem de 12 ou 13 anos) que sonhe em ser militante do Greenpeace. Os mais entusiastas se propõem a estudar oceanografia ou veterinária, mas é para ser professor, funcionário ou profissional liberal. Eles são "razoáveis": seu sonho é um ajuste entre suas aspirações heróico-ecológicas e as "necessidades" concretas (segurança do emprego, plano de saúde e aposentadoria).
Alguém dirá: melhor lidar com adolescentes tranqüilos do que com rebeldes sem causa, não é? Pode ser, mas, seja qual for a qualidade dos professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa de futuro: estudem para ter uma vida mais próxima de seus sonhos.
Aparte: por isso, aliás, é bom que a escola não responda apenas à "dura realidade" do mercado de trabalho, mas também (talvez, sobretudo) aos devaneios de seus estudantes; sem isso, qual seria sua promessa? "Estude para se conformar"?
Conseqüência: a escola é sempre desinteressante para quem pára de sonhar.
Em princípio, os jovens interpretam o desejo (inconsciente) dos pais e herdam os sonhos reprimidos atrás das vidas (fracassadas ou bem-sucedidas, tanto faz) dos adultos. Aquela fala chata dos pais, que evocam as renúncias que foram necessárias para conseguir criar os filhos, aponta o caminho de aventuras menos sacrificadas. Há uma guitarra empoeirada no sótão do comerciante ou do profissional cujo filho quer ser roqueiro. O que mudou? Duas hipóteses.
É possível que, por sua própria presença maciça em nossas telas, as ficções tenham perdido sua função essencial e sejam contempladas não como um repertório arrebatador de vidas possíveis, mas como um caleidoscópio para alegrar os olhos, um simples entretenimento. Os heróis percorrem o mundo matando dragões, defendendo causas e encontrando amores solares, mas eles não nos inspiram: eles nos divertem, enquanto, comportadamente, aspiramos a um churrasco no domingo e a uma cerveja com os amigos.
É também possível (sem contradizer a hipótese anterior) que os adultos não saibam mais sonhar muito além de seu nariz. Ora, a capacidade de os adolescentes inventarem seu futuro depende dos sonhos aos quais nós renunciamos. Pode ser que, quando eles procuram, nas entrelinhas de nossas falas, as aspirações das quais desistimos, eles se deparem apenas com versões melhoradas da mesma vida acomodada que, mal ou bem, conseguimos arrumar. Cada época tem os adolescentes que merece.



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O texto acima, extraído do livro Sociologia para o ensino médio, de Nelson Dacio Tomazi é de autoria de Contardo Calligaris, publicado originalmente no jornal Folha de São Paulo, em 11 de janeiro de 2007.


A proposta do artigo é questionar: 


1) Os jovens de hoje têm a capacidade de reagir com vigor às injustiças sociais, à degradação ambiental ou à morte de pessoas cotidianamente, pela violência ou pela falta de assistência médica?



2) Conformismo ou resistência e ação alternativa qual a bandeira a ser levantada?



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Cadeia, ódio ou educação, amor? Você é o juiz



- Quantos anos você tem?
- 16.
- Está na escola?
- Sim
- Qual série?
- 4ª série.
- Já usou drogas?
- Sim
- Qual?
- Maconha e cigarro.
- Quando aconteceu o crime, onde sua mãe estava, ao lado do seu pai na cama?
- Não. Minha mãe estava dormindo em cima da laje.
- Em cima da laje? Por que?
- Porque meu pai tinha batido nela e ela não tava conversando com ele.
- Seu pai lhe espancava?
- Sim. Todos os dias.
- Por que?
- Ele chegava doidão do serviço e vinha batendo.
- Ele batia muito?
- Sim. Já desmaiei de tanto apanhar algumas vezes.
- Ele batia na sua mãe?
- Sim. Um dia ele quebrou a fivela do cinto na cara dela.
- Você está arrependido?
- Sim.
- Sente falta do seu pai?
- Não, ele não me dava nada.
- O que ele devia te dar?
- Sei lá, carinho? Ele nem conversava comigo.
- Você estava matando aula?
- Não.
- Mas aqui no processo diz que você estava matando aula e seu pai lhe deu um castigo.
- Eu tava matando aula, mas tava dentro do colégio, jogando bola.
- Onde você conseguiu a faca?
- Em casa.
- No mesmo dia?
- Sim.
- Quando você matou seu pai, ele estava dormindo?
- Sim.
- Mas se ele estava dormindo não estava te batendo.
- Mas ele tinha batido antes de dormir.
- Se eu te perguntar qual a lembrança boa que você tem do seu pai, qual você diria?
- Nenhuma, ele só me batia. Batia em mim e na minha mãe.
- Onde vocês moravam?
- No Morro da Pedreira.
- Certo. Vamos chamar a testemunha, a mãe.

- Boa tarde, senhora. O seu marido lhe espancava?
- Sim, todos os dias. Batia em mim e no meu filho.
- Mas ele batia todos os dias?
- Sim. Já desmaiou o menino, a ponto de ter que leva-lo pro Pronto Socorro, mas não levei por medo.
- A senhora denunciou seu marido?
- Não. Se eu denunciasse, ele me matava.
- Seu filho vivenciou essa situação desde quando?
- Desde criança.
- A senhora se sente aliviada?
- Não.
- A senhora sente falta do seu marido?
- Não. Eu não me conformo com a situação em que ele me deixou.
- A senhora não se conforma com o seu filho ter matado seu marido?
- Não. Eu não me conformo com o que ele fez. Ele não dava carinho, nunca educou. Era só pancada, pancada, pancada.
- E agora, senhora?
- Agora está nas mãos do Senhor!

OBS: Diálogo real entre uma Juiza da Infância e Juventude do Rio de Janeiro no julgamento de um adolescente que esfaqueou o próprio pai, o levando ao óbito.
Sentenças possíveis:
1. Internação no Instituto Padre Severino
2. Prestação de Serviços à Comunidade.
3. Medidas Protetivas: Acompanhamento Psicológico, Inclusão em Programa Social, Acompanhamento Escolar e Inclusão e Curso Profissionalizante. Apoio assistencial à família.
4. Redução da Maioridade Penal e prisão do adolescente em Bangu 1.
5. Pena de Morte ao Adolescente.

Você é o Juiz!

Professores manipuladores



Hoje uma estudante me disse:


- Professor, o que o senhor acha do Impeachment da Dilma?
- Acho que não existe impeachment, existe golpe.
- Mas o senhor não acha que tá uma roubalheira?
- Sim, acho. E acho que os ladrões têm que ira pra cadeia, por isso a investigação está acontecendo.
- Mas a Dilma não tem culpa?
- Não sei, as investigações vão dizer. Mas me diz uma coisa: E o caso da Alston? E o Antônio Anastasia? Desses você não pede impeachment?
- Alston? Quem é esse?
- Não é esse, é essa. Uma empresa que superfaturou mais de 500 milhões no metrô de São Paulo, governo do PSDB.
- Ah, não sabia.... Mas eu sou a favor do Impeachment.
-Tudo bem, se você concorda com Temer e Cunha na condução do país.
- Temer e Cunha? Quem são esses?
- Já vi que você tá sabendo muito sobre o impeachment!
- Eu vi no Tv Revolta, uma página do face que tá bombando.
- Ah, a página patrocinada pelo Álvaro Dias?
- Quem é Álvaro Dias?
- Um cara muito "honesto" e amante do povo brasileiro. Senador do PSDB envolvido até com trabalho escravo.
- Mas ontem eu vi no Jornal Nacional que foram mais de 200 milhões!
- Sim, desde 1996!
- Então! Desde o Lula, professor!
- Não, em 1996 o presidente era o FHC, do PSDB.
- Sabia não!
- Professor, já percebi, você é petista, né?
- Não, não sou petista. Eu apenas procuro me informar e não ser massa de manobra da TV criada pela Ditadura Militar.
- Que canal, professor?
- A Globo, que sempre apoiou a Ditadura.
- Mas agora a Globo tá mostrando as coisas!
- Sim, mostrando o que ela quer, ou seja, mostrando somente o que quer que vejamos.
- Ah, professor, fala a verdade, o senhor é petista, não é?
- Não preciso mentir, não sou petista.
- Mas porque o senhor defende a Dilma?
- Não estou defendendo a Dilma, estou apenas dizendo que não quero ser vaquinha de presépio da mídia. Se é pra protestar, proteste também contra o PSDB, pois o caso da Alston é maior do que o mensalão.
- Sabia não... O senhor vai apoiar o impeachment?
- Só se você me responder quem é Temer e Cunha, os que assumiriam.
- Não sei, professor.
- Tá bom, então pesquise, leia e deixe de ser manipulada pela mídia.
- Ah, professor, o senhor é petista mesmo.
- Não vou insistir. Se pensa isso, tudo bem.
- Vou nessa, professor. Tenho que lutar pelos meus direitos!
- Vá com Deus! Que Ele te ilumine e um dia você aprenda um pouco sobre história, política e não seja tão manipulada.
- Vou nessa. Fora Dilma! Impeachment já!
---- x ------
Não sabe o que é impeachment, nem que isso é uma manobra golpista após 3 meses de uma eleição onde milhões de brasileiros escolheram democraticamente, através do voto secreto sua Presidenta.
Não sabe quem é Michel Temer, nem Eduardo Cunha.
Não sabe a história da Globo e da grande mídia, nem entende os interesses envolvidos nas suas "notícias".
Não sabe nada sobre o caso Alston, nem outro caso de corrupção tucana, nem nada sobre a "privataria tucana".
Não sabe nada, nem mesmo o nome do ex-Governador de Minas Gerais.
Não sabe nada de nada e se acha "rebelde" buscando informação numa página financiada por um deputado do PSDB envolvido com trabalho escravo.
Como dizem por aí: sabe nada, inocente!
E depois eu sou o "manipulador"... afff.


Triste demais os rumos do Brasil

A direita tomando as ruas, praticando violência... É o mesmo método de 1964... gerar caos, violência, instabilidade.

Não dá pra acreditar no processo de impeachment conduzido por Eduardo Cunha, nem num juiz que grampeia ex-Presidente e ao invés de mandar o áudio para a Justiça, manda para a rede Globo.

Um adolescente quase foi linchado na Avenida Paulista agora há pouco. Gente querendo conflito, gente maluca ofendendo, intolerante... Não querem o fim da corrupção, querem o caos, querem o governo de volta para retomarem seus privilégios.

Se Dilma cai, em menos de um mês os ladrões da direita estarão, como sempre foi, salvos de investigações, processos e cadeia. Se Dilma cai, Cunha se safa, Aécio fica tranquilo, o PMDB assume o poder e a direita entrega de vez nosso petróleo ao capital estrangeiro.

Somente cegos convictos não percebem, o Golpe caminha a passos largos... Retrocesso no horizonte, democracia em perigo... Não adianta alertar mais quem está decidido a não compreender.

Diz o ditado que um povo que não conhece a sua história está fadado a cometer os erros do passado.. É isso mesmo!

2016, o ano do fim das instituições, da democracia... O ano em que o fascismo saiu de vez do armário.

Triste demais!

Qual o embasamento jurídico para o impeachment?



Você sabe qual o embasamento do pedido de impeachment contra Dilma? E suas consequências?
Bom, se você é a favor, mas não sabe o embasamento jurídico, realmente você está indo na "onda", repetindo, papagaiando.

Se você sabe o motivo e acha que é por causa da corrupção, na verdade você não sabe, pois o embasamento jurídico não tem nada com a corrupção.

Na verdade, o embasamento jurídico é por causa das "pedaladas fiscais". O que é isso? Bom se você é favorável ao impeachment nem precisa continuar lendo, pois está bem informado e não se considera "massa de manobra", não é mesmo?

Mas para os humildes que querem realmente saber em que se baseia o pedido de impeachment, aí vai a explicação.

Como todos os governadores, como todos os presidentes que a antecederam, Dilma usou verba dos bancos públicos para custear programas como Bolsa Família, Pronatec e Minha Casa Minha Vida. Tipo assim: A conta ia vencer e o governo não tinha dinheiro e resolveu pegar dinheiro dos bancos públicos para não cortar os programas, pois a arrecadação do governo com a crise mundial diminuiu muito (minério e petróleo caíram mais de 50%).

As pedaladas fiscais nada mais são do que um "EMPRESTADO". Dilma usou o dinheiro da Caixa Econômica Federal e JÁ DEVOLVEU o dinheiro. Isso chama-se "pedaladas fiscais". FHC fez isso, Itamar fez isso, Sarney fez isso, governadores fazem isso... É uma manobra, não trata-se de desvio de dinheiro para enriquecimento pessoal, mas um "realocamento", que deve ser provisório, que deve ser pago.

Mas, como não encontraram NENHUM CRIME cometido por Dilma, alguns juristas da direita resolveram PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA classificar isso como "improbidade administrativa", um tipo de crime de responsabilidade que pode ser atribuído a qualquer membro do poder executivo (Prefeito, Governador, Presidente).

É isso,o impeachment é uma manobra para retirar Dilma do governo. Existe um princípio constitucional que deveria ser utilizado nesse caso, o de "isonomia", ou seja, deveria valer para todos, mas não, só vai valer para Dilma, por que? Porque é um GOLPE contra a nossa democracia. Tipo: Queremos derrubar esse governo, precisamos achar algo errado e na falta de algo grave, com provas, utilizaremos isso e a mídia vai martelar milhões de vezes até convencer o povão de que isso tá certo.

Com a queda de Dilma, acaba a investigação da lava-jato, assume Michel Temer, o PMDB assume o governo, Cunha se safa, Aécio se safa e a mídia para de falar de corrupção. O Brasil volta a trilhar os caminhos determinados pelos EUA e o projeto do senador José Serra (PSDB), que entrega o petróleo do pré-sal (8 trilhões) ao capital internacional é aprovado. O povo se sente feliz e a elite brasileira se livrará do "comunismo" que o PT nunca fez, nem quis fazer no Brasil.

Talvez ler esse texto até essas linhas finais possa parecer difícil para alguns, mas como já vi em algumas conversas, para esses, não importa a lei, a Constituição, vale apenas derrubar esse governo, como se todos os problemas do Brasil se resumissem à sua queda. Muito pelo contrário, se derrubarem Dilma aí sim o povão vai sentir na pela o que é um governo neoliberal como o liderado pelo PSDB e outros vendedores do Brasil.

Na Argentina não tem sido diferente, o governo neoliberal que assumiu já está reiniciando as privatizações, as demissões em massa, a retirada de direitos trabalhistas, a perseguição aos movimentos sociais e a venda da riqueza nacional argentina aos interesses estrangeiros. Esse é o projeto neoliberal que o PSDB (Partido Supostamente do Brasil) não tem coragem de defender.

Mas tudo bem, se essa explicação não faz sentido, não faz diferença, é normal, pois hoje em dia o normal é não usar a razão, mas a emoção e o pior lado das emoções. o ódio.

Abre a porta, Mariquinha! Ou te quebro no pau de macarrão


Abre a porta, Mariquinha! Eu não abro não!

("A resposta de Mariquinha", ou a razão da Maria da Penha?)

A resposta de Mariquinha é uma música que marcou os anos 1990 na voz da dupla infantil da época Sandy e Júnior, filhos dos milionários cantores sertanejos Chitãozinho e Xororó.

Inocentemente milhões de crianças cresceram cantando essa música. Lembro-me das apresentações nas escolas, o sucesso nos programas de TV. Realmente a música embalou multidões de crianças. Era tudo muito "bunitinho".

Esses dias ouvi essa música que fez parte da infância de muitos adultos de hoje e após uma conversa com uma militante feminista comecei a analisar a letra da música e fiquei estarrecido, "de cara" com o quanto ela é machista. Trata-se de uma declaração de "réu confesso" a ser entregue às autoridades.

O marido de Mariquinha chega à sua casa quando o dia está amanhecendo, voltado da "pagodeira". Provavelmente está embriagado. Bate à porta, mas Mariquinha resiste e não quer abrir. Teria medo Mariquinha? O que diz a letra:

"Oh! Mariquinha, abre a porta e não reclama
Mostra que você me ama, que eu não quero discussão
Você queria que seu bem fosse bocó
Pra te levar no forró
E depois ficar na mão".

Como assim, "abre a porta e não reclama", "você queria que seu marido fosse bocó"? O marido de Mariquinha dá uma ordem à sua esposa e ainda diz que ele, na condição de homem, pode sim ir ao forró sem a sua companhia, pois não queria "ficar na mão".

"Mariquinha eu tô ficando nervoso
E quando eu fico nervoso
Pra mim meia dúzia é seis, abre a porta!".

Aqui tipifica-se o crime de ameaça. O machismo do marido de Mariquinha fica explícito e sua ameaça é prova contundente de que a violência física é eminente.

"Oh! Mariquinha, não levei você comigo
Tive medo do perigo, desse tal de Ricardão
Fui no forró, mas agora tô de volta
Venha já abrir a porta
Que eu não durmo fora não".

Mariquinha ainda ouve de seu marido que o tal do "Ricardão" é uma ameaça à "moral do macho", mas esse mesmo "macho" se acha no direito de paquerar outras mulheres.

O marido de Mariquinha afirma que sua esposa não pode reclamar, deve se calar, ser submissa e faz agora uma ameaça de derrubar a porta e agredí-la com o pau de macarrão:

"Eu já falei que não vou abrir a porta
E peço que você volte sem fazer reclamação
Se eu abrir, já sei o que vou fazer
Você vai ter que gemer
É no pau-de-macarrão".

Como uma música aparentemente "inocente" cantada por milhões de crianças trata naturalmente a violência contra a mulher dessa forma?

Confesso que nunca havia pensado nessa letra, me lembro que a música pra mim era sobre um marido sem vergonha e uma esposinha que não queria abrir a porta, só isso.

Hoje imagino que Mariquinha devia tremer atrás da porta temendo a violência do marido embriagado. Mariquinha já convivia com as ameaças e sabia do marido que tinha, machista, violento. Mariquinha vivia sob ameaças, era reprimida, não tinha liberdade e, por vezes, apanhava de pau.

Horrível! Maria da Penha para esse "macho ferido".

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Havia corrupção na Ditadura?

Quando ouço alguém dizer:"Na época da Ditadura Militar não se via corrupção" me lembro dessa foto. Wladimir Herzog, jornalista torturado até a morte por "questionar" a Ditadura.

Mais informações CLIQUE AQUI 


Somos racistas!



Reconhecer a doença é o primeiro passo de qualquer tratamento: Sim, somos RACISTAS!
Sobre as cotas...
Aí você, ontem ainda, "liberta" o ser humano escravizado na condição de analfabeto, sem terra, sem herança, sem profissão, sem teto, sem dignidade e diz:
- Seja livre! Somos todos iguais!
Cerca de 127 anos depois, nada mudou, apenas se multiplicaram os abandonados e excluídos da Lei Áurea e alguém levanta a voz:
- Vamos fazer algo por esse povo, vamos dar um tratamento especial para quem precisa de tratamento especial e corrigir a desigualdade, vamos "recompensar" o que for possível!
Aí alguém se levanta e diz:
- Não! Não podemos tratar ninguém diferente! Todos somos iguais e a história não influencia em nada o presente!
E assim caminha nosso racismo, nossa segregação racial mantida pelo "mito da democracia racial". Se não podemos tratar diferente os diferentes, como mudar esse quadro?
Algumas pessoas que terão paciência de ler esse texto todo, na altura dessas palavras já deverão estar se remoendo, tomadas pela ideologia "embranquecedora", já devem estar eufóricas para gritar:
- Cotas não! Cotas geram racismo!
Para essas pessoas só faço uma pergunta: entre ter 1% de negros na universidade (sem cotas) e ter 20% de negros (com cotas) onde está a maior exclusão?
Se você for preso ilegalmente e cumprir 10 anos de prisão e depois de solto entrar na justiça e provar a sua inocência, irá você processar o Estado e pedir uma "indenização"? Se fará isso, qual o problema de indenizarmos um povo que foi desumanizado por quase 4/5 da nossa história?
É normal não termos juízes, médicos, grandes empresários e grandes fazendeiros negros? Isso não incomoda? Isso não tem nada a ver com a escravidão e o abandono desse povo que foi transferido da senzala para a favela?
Isso não se muda? Não deve ser mudado? Como? Com discurso de somos todos iguais?
E se fizermos um mantra nacional, onde milhões de pessoas irão repetir:
Somos todos iguais, Fora Preconceito!
Somos todos iguais, Fora Preconceito!
Somos todos iguais, Fora Preconceito!
Somos todos iguais, Fora Preconceito! (centenas de vezes)
Resolveria?
Racismo não se resume a tratamento nas relações interpessoais. Não é uma questão meramente de educação e respeito, mas de desigualdade e desigualdade não se combate com igualdade de tratamento.
Realmente, quando dizem que o Brasil tem um dos piores sistemas de ensino no mundo, acabo por concordar ao ver tanta gente tratando quase 4 séculos de ESCRAVIDÃO como se fosse um feriado de 3 dias.
A escravidão acabou praticamente "ontem" e essa gente foi jogada como animais nas ruas e sempre tiveram do Estado somente a violência dos coturnos, dos cassetetes e assassinatos nas quebradas silenciados pela imprensa burguesa, também branca.
Qualquer gringo que venha ao Brasil perceberá o nosso Apartheid. Qualquer estudo racial do Brasil comprova a desigualdade racial e a institucionalização da desigualdade racial. Qualquer pessoa com o mínimo de informação sabe que a desigualdade racial se combate com políticas afirmativas.
Desiguais devem ser tratados, sim de forma desigual!
Que o preconceito e a ignorância possam ser refletidos e aprofundemos essa questão que envergonha nosso país, nossa gente, nossa história, mas que não tenhamos medo de avançar. Não vamos retroceder um passo.
As cotas são um remédio amargo e como remédio, não tenho lá minhas preferências. As cotas não agem na raiz do problema, que devem ser trabalhado paralelamente, mas são, sem sombra de dúvidas, o remédio mais eficaz, no momento para não perdermos mais uma geração.
Graças às cotas estamos começando a ver, um século após o fim da escravidão, negros ocupando espaços de poder.
___x ___
OBS: "Sim, somos racistas" é uma generalização aplicada ao povo brasileiro e não desconsidera os lutadores e militantes da causa da igualdade racial.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Diálogo entre o cérebro e o estômago

Diálogo entre o cérebro e o estômago
- Mas professor, e se um adolescente de 16 anos fizer mal para o seu filho, como você agiria?
- Bem, se eu o pegasse em flagrante, como ser humano, talvez eu tivesse uma reação inesperada, inclusive poderia agir cegamente e até matá-lo.
- Então, porque você é contra a redução da maioridade penal?
- Porque não planejamos e criamos regras de convívio social com o estômago, mas com a razão. Um adolescente que entre para a cadeia e fique lá 10 anos, ao sair, com 26, estará melhor ou pior?
- Mas você acha certo deixar solto um menor assassino?
- Nunca te disse isso. Ele deve ser preso, mas deve ser respeitada sua condição peculiar de desenvolvimento, ou seja, se está se desenvolvendo, sua punição pode e deve ser educativa. É o mínimo que se pode esperar de um educador... acreditar no ser humano.
- Eu também acho, mas ele deveria ser preso e ficar separado.
- Preso e separado onde?
- Na cadeia.
- Separado só se for do lado de fora, pois dentro não cabe ninguém. E outra, a Lei 8069/90 já prevê a prisão separada dos adolescentes, mas numa prisão em que haja estudo, trabalho, profissionalização e condições para crescer como cidadão.
- Mas não é cumprido!
- Olha o SUS, no papel é maravilhoso, mas não é porque funciona mal que vou pedir o fim do SUS, prefiro lutar pela sua melhoria.
- O adolescente é preso hoje e é solto hoje mesmo. No Brasil, adolescente pode roubar, matar, mas não pode ser preso.
- Já disse, preso pode sim. Se não é preso é porque alguém não está fazendo sua parte e nesse caso é o próprio Estado que quer colocá-lo na cadeia que está falhando ao não criar centros de internação.
- Ficam impunes!
- Não é isso que determina a lei. Podem ser obrigados a reparar o dano, prestarem serviços comunitários e até serem presos. A questão é: a prisão atual do adolescente deve, obrigatoriamente, por força de lei, obrigá-lo a estudar, trabalhar e aprender uma profissão. Na cadeia, aprenderá somente o crime e será aliciado, abusado e explorado pelo crime. Colocar um adolescente na cadeia é incentivar o crime, aumentar sua periculosidade e depois esperar, hipocritamente, que ele saia da cadeia melhor para o convívio social.
- Se ele souber que vai ser preso, vai pensar duas vezes.
- Pode pensar até 50 vezes, o problema não é esse. Vai para o crime, pois o crime lhe oferece oportunidades para saciar os desejos que nossa sociedade coloca nas cabeças dos jovens diariamente: ter, ter, ter.... Mas não vai mudar nada, pois se a ameaça surtisse efeito, os maiores de idade não seriam presos, pois todos adultos que comentem crimes sabem que serão presos e nem por isso deixam de cometer crimes.
- Está assustador, o crime só tem aumentado entre os jovens!
- Crimes pequenos como furto, roubo e a maioria são para conseguir dinheiro para usarem drogas. Nossos jovens estão abandonados e entregues para o tráfico.
- Falo de assassinatos, estupros...
- Assassinatos e estupros praticados por adolescentes entre 16 e 18 anos representam menos de 1% do total desses crimes. Não é porque o Datena mostra um caso todo dia e fica repetindo um mês que vamos entender errado.
- Então devemos deixá-los soltos?
- Aff... Vamos lá, releia nossa conversa. Não ficam soltos, são encaminhados para Centros de Internação, com grades, cerca elétrica, ficam proibidos de saírem, ficam presos. Mas é uma prisão que respeita o adolescente e lhe oferece oportunidades para melhorar através do estudo e do trabalho. A reincidência (retorno ao crime) entre adolescentes beira 30% quando são encaminhados para os Centros de Internação, já entre os adultos presidiários, chega a 70% o regresso ao sistema prisional. Não é racional adotar um sistema falido.
- Ah, professor, não adianta, o senhor não aceita a opinião dos outros.
- Aceito tanto que não lhe impedi de se expressar, o ouvi e respeito sua opinião, mas ela está errada, ou para aceitar tenho que concordar? Esqueceu-se que sou Cientista Social? Que sou especialista no assunto?
- Eu continuo sendo a favor.
- Por que?
- Porque..... tem que pagar.
- Vingança?
- É. Vingança, ele tem que sofrer.
- E depois? Quando ele voltar pra sociedade?
- Desisto professor. O senhor é muito intransigente.
- Se acha que defender uma tese e se negar a adotar outra porque possui argumentos racionais é ser intransigente, talvez eu seja. Mas uma coisa não nego: Ouvir o outro é algo muito positivo para formular nossa opinião. A questão é: A opinião de Ratinho e Datena merece tanto valor?
- Não penso como o Datena, tenho minha própria opinião.
- Sim, a do sendo comum.
- Não mudo de opinião.
- O problema do mundo é que muitos ignorantes estão cheios de certezas enquanto sábios vivem na dúvida. Fique na sua certeza e daqui 10 anos nos falamos. Você verá o resultado dessa política de vingança e "varreção do lixo pra debaixo do tapete".
- Abraço, professor, você é petista?
- Afff.... Vai dormir, moleque! rsrs

por Diney Lenon 


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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Atividades a serem desenvolvidas no Blog

Roteiro para a construção do Blog desenvolvido nas aulas de Sociologia:

1. Editar perfil:

"Esse blog é produto das oficinas "Cultura e Tecnologia, ministrado pelo Prof. Diney Lenon, nas aulas de Sociologia, Colégio Municipal Dr. José Vargas de Souza. Tem por objetivo abordar o tema XXXXXXXXXXXX e é composto pelos integrantes FULANO, CICLANO, da 2ª série do Ensino Médio.

2. Adicionar as página:

- Cultura Material
- Cultura Imaterial
- Vídeos
- Entrevistas
- Curiosidades
- Outra Página
- Outra Página (Ex: Página sobre Cinema pode criar : Vencedores do Oscar)

3. Adicionar gadget (miniaplicativo): Lista de Blogs

Adicionar o blog: www.cienciassociaisnarede.blogspot.com

Adicionar mais 9 blogs que têm ligação com a cultura e o tema abordado pelo grupo.

4. Selecionar uma imagem no google. Salvar a imagem e adicionar o gadget IMAGEM, postando a imagem no blog.

5. Selecionar um texto, frase, poesia, etc no google e adicionar o mesmo através de gadget TEXTO.

6. Adicionar o gadget APRESENTAÇÃO DE SLIDES. Incluir uma palavra na busca referente ao tema do blog.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Juizo. O maior exige do menor




Juízo acompanha a trajetória de jovens com menos de 18 anos de idade diante da lei. Meninas e meninos pobres entre o instante da prisão e o do julgamento por roubo, tráfico, homicídio. Como a identificação dos jovens infratores é vedada por lei, no filme eles são representados por jovens não-infratores que vivem em condições sociais similares. Todos os demais personagens de Juízo - juízes, promotores, defensores, agentes do DEGASE, familiares - são pessoas reais filmadas durante as audiências na II Vara da Justiça do Rio de Janeiro e durante visitas ao Instituto Padre Severino, local de reclusão dos jovens infratores.


Juízo atravessa os mesmos corredores sem saída e as mesmas pilhas de processos vistas no filme anterior de Maria Augusta Ramos, o premiado Justiça. Conduz o espectador ao instante do julgamento para desmontar os juízos fáceis sobre a questão dos menores infratores.

Quem sabe o que fazer? As cenas finais de Juízo revelam as consequências de uma sociedade que recomenda "juízo" a seus filhos, mas não o pratica.